quarta-feira, 7 de março de 2007

Manual de não-etiqueta em relacionamentos

Eu acho assim:

Que todo mundo tem direito de se apaixonar sem ficar se perguntando se tá certo ou se tá errado.

Que todo mundo pode se perguntar se fez a escolha certa alguma vez na vida, quando achar que precisa. E mudar o rumo do jeito que der, na hora que der. Sendo sincero consigo e com os outros. E sem ser crucificado ou execrado por isso.

Que as escolhas certas num momento podem não ser escolhas certas pra sempre. E nem por isso o tempo em que foram válidas merece ser desconsiderado.

Que ninguém devia ter vergonha de andar de mão dada com seu amor na rua.

Que o amor, salvo em casos de exagero ou doença, não pode fazer mal. O preconceito, a falsidade, a hipocrisia sim.

Que ser "normal", por outro lado, também não é passível de crucificação. É bacana ser louco e ser donzela, barbarizar e sonhar com o príncipe. É bacana ser a gente. E respeitar quem está em volta.

Que ninguém deveria falar essas coisas por pose e mostrar lados podres virando a primeira esquina.

Que dá pra defender os outros sem, necessariamente, ter sentido o que eles sentem na pele. Dá pra defender a compreensão.

Que dói se decepcionar e que a gente tem o direito de ficar puta se decepcionam a gente. Que ninguém é Super-Mulher o tempo todo.

Que mesmo com 30 anos a gente ainda pode dormir abraçada com o travesseiro num momento de carência ou saudade.

Que patrulha mesmo é aquela de quem não paga as nossas contas, não libera a micharia das idéias e acha que você tem que ser tão recalcada quanto eles. De quem acha, maniqueístamente, que amor é não conseguir ser você sem estar do lado de alguém.

Que tudo isso que acabei de escrever pode ser um bando de lugares comuns. Mas não tô nem aí se sou repetitiva. Tem coisas que a gente só aprende mesmo na base da exaustão.

Eu quero crer no amor numa boa
E que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão...
(Lulu Santos)

PS - Este é um post totalmente adaptável. Onde se lê "amor", pode-se ler "trabalho", "ideais", etc., ao gosto do freguês.

(07.03.2007)

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